Inovação Aberta nas PME com apoio da Comissão Europeia

03-03-2014 15:55

 

A Comissão Europeia acaba de lançar um instrumento financeiro específico para as pequenas e médias empresas (PME), que terá um montante de €3 mil milhões entre 2014-2020 (dos quais €250 milhões disponíveis em 2014). Esta iniciativa – SME Instrument – é lançada no âmbito do programa-quadro para a I&D e Inovação - Horizon 2020 – e visa apoiar todo o ciclo de vida de desenvolvimento de uma ideia por parte de uma PME, ou seja, a conceção da ideia, a investigação e desenvolvimento, teste, prototipagem e lançamento no mercado.

 

A iniciativa SME Instrument é constituída por 3 fases:

  • Prova de Concento (Fase I), que visa explorar a viabilidade técnica ou científica da ideia, o seu potencial de comercialização e de inovação, ou seja, o apoio ao desenvolvimento de um Plano de Negócios. Esta fase envolve um apoio financeiro de €50 mil, podendo esta verba ser reforçada em caso do projeto ser aprovado.
  • Desenvolvimento e Demonstração (Fase II), que envolve apoio financeiro à operacionalização do Plano de Negócio apoiado na Fase I, incluindo o desenvolvimento, teste e prototipagem de novos produtos, serviços ou processos. Nesta fase os montantes apoiados variam entre €500 mil e €2,5 milhões.
  • Entrada no mercado (Fase III), onde se apoia financeiramente a entrada no mercado/comercialização dos produtos, serviços ou processos desenvolvidos na anterior. O apoio financeiro na Fase III é feito através do acesso preferencial a mecanismos de financiamento já existentes no âmbito dos programas europeus, nomeadamente instrumentos de capital de risco e empréstimos com condições mais vantajosas das do mercado.

 

A iniciativa SME Instrument estimula as atividades de Inovação Aberta nas PME, já que o apoio financeiro previsto em cada uma das fases pode ser orientado para a aquisição de serviços e/ou tecnologia a entidades externas – por exemplo, a Consultoras especializadas, aos Intermediários Tecnológicos, a Centros Tecnológicos, a Universidades, etc. – bem como apoia o desenvolvimento de modelos de negócio inovadores e mecanismos abertos de inovação disruptiva. Cada vez mais no centro das preocupações europeias, a Inovação Aberta tem vindo a ser uma realidade presente nos vários instrumentos de financiamento (Horizon 2020; Cosme 2014-2020) e documentos programáticos (Innovation Union; Digital Agenda for Europe; Industrial Policy).

Em Portugal, o debate em torno deste tema está ainda ao nível académico, de forma restrita, e presente já na preocupação de algumas (poucas) grandes empresas, sendo inexistente ao nível político. Espera-se uma inversão desta situação a partir do próximo ano, com a dinamização de uma agenda para a inovação aberta que envolva os cidadãos, as empresas, o sistema científico e tecnológico e as entidades públicas mais relevantes para a Política de Inovação.

 

 

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