Inovação Aberta é a área com mais candidaturas apresentadas, no âmbito do SME Instrument (Horizon 2020)
São já conhecidos os resultados do concurso aberto pela iniciativa SME Instrument (Instrumento PME), no âmbito do programa Horizon 2020, destinado a empresas individuais ou em consórcio (de pequena e média dimensão - PME). As boas notícias prendem-se com a quantidade de propostas recebidas e com as áreas mais solicitadas pelas candidaturas. As más notícias relacionam-se com a previsível rejeição da maior parte das candidaturas, bem como com o relativo baixo número de candidaturas de Portugal.
Em relação à quantidade, foram entregues 2666 candidaturas provenientes de 35 países (UE 28 e países associados), o que demonstra a apetência por instrumentos deste tipo (dadas as dificuldades atuais das PME em obterem financiamento para projetos inovadores). Contudo, o financiamento disponível apenas apoiará 164 candidaturas (ou seja, 6,2% do total), o que significa que mais de 90% das candidaturas apresentadas não terão financiamento. Espera-se que numa 2ª fase de candidaturas do SME Instrument seja aumentada a dotação para este mecanismo de financiamento.
Outra questão a realçar pela negativa é a elevada concentração de candidaturas em poucos países, com 41% a serem provenientes de apenas três: Itália (16,4%), Espanha (15,8%) e Reino Unido (8,7%). Ou seja, mantem-se uma das características do programa antecessor do Horizon 2020 (o 7º Programa-Quadro de I&DT), com os países de menor dimensão a terem mais dificuldades em aceder a estes instrumentos. Portugal apresentou apenas 70 projetos (2,6% do total) sendo, contudo, o 12º país com mais candidaturas apresentadas.
A realçar pela positiva, o enfoque das candidaturas em áreas tecnológicas emergentes e em novas formas de inovação. A área que recebeu mais candidaturas foi a da “inovação aberta disruptiva” (888 candidaturas, 1/3 do total), seguida pelos “sistemas energéticos de baixo carbono” (372 candidaturas) e pela “nanotecnologia” (305), enquanto que as áreas com menos candidaturas recebidas centraram-se nas “infraestruturas criticas urbanas e nas tecnologias ligadas ao mar (blue growth). Sendo a inovação aberta uma área relativamente nova, é de destacar este facto, podendo significar que as empresas (em especial as PME) podem estar a dar uma maior atenção a novas formas de criar e de gerir a inovação, gerando maior valor acrescentado para as suas atividades.
De relembrar que o SME Instrument é especificamente dirigido às PME, englobando três fases: a Prova de Conceito (apoio financeiro de €50 mil), o Desenvolvimento e Demonstração (operacionalização do Plano de Negócio, com apoios entre €500 mil e €2,5 milhões) e a Entrada no Mercado e Comercialização, com recurso a mecanismos de financiamento já existentes no âmbito dos programas europeus, nomeadamente instrumentos de capital de risco.
Mais informações em https://ec.europa.eu/easme/SME-instrument-celebrates-first-great-success-after-first-cut-off-date_en.htm